Na Universidade Federal do Ceará (UFC), uma nova forma de cimento foi desenvolvida, demonstrando um grande avanço na construção civil sustentável.
A pesquisadora Heloina Nogueira da Costa, sob a orientação dos professores Ricardo Emílio Nogueira e Eduardo Cabral, criou um cimento álcali-ativado utilizando resíduos da indústria siderúrgica e termelétrica, especificamente do Complexo do Pecém.
Este cimento, além de possuir propriedades semelhantes ao cimento Portland, se destaca pela significativa redução na emissão de gás carbônico durante sua produção.
Resíduos industriais como matéria-prima
A inovação vem no uso de escória BOF, um subproduto do processo de fundição de minérios em fornos a oxigênio, e cinzas (volantes e pesadas), combinados com silicato e hidróxido de sódio.
A escória, que antes era vista como um problema ambiental pelas siderúrgicas, agora ganha um novo propósito. Por cada tonelada de aço produzido, cerca de 150 quilos de escória são gerados, e a reutilização desse material em cimento é uma alternativa ecologicamente mais vantajosa.
Aplicações e benefícios
O cimento resultante pode ser empregado na fabricação de uma variedade de produtos pré-moldados para a construção civil, incluindo blocos vazados, blocos de vedação e blocos estruturais de concreto.
Além de sua versatilidade, a principal vantagem desse cimento reside em seu apelo sustentável e ambiental, agregando valor aos resíduos e reduzindo o impacto ambiental.
Desafios e perspectivas futuras
Cimentos álcali-ativados, apesar de já serem utilizados em alguns países da Ásia, Europa e América, enfrentam desafios como a análise de sua durabilidade, custo e regulamentação de produção.
No entanto, eles representam uma importante alternativa para o reuso de materiais e podem diminuir a emissão de carbono em até 80%.
A avaliação econômica do cimento desenvolvido na UFC ainda está pendente, mas o potencial de sustentabilidade é um forte atrativo, especialmente para empresas da construção civil que buscam certificações ambientais e estão dispostas a investir em produtos de menor impacto ecológico.
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Fonte: Ciclo Vivo