Cientistas da China alcançaram um marco histórico ao criar, pela primeira vez, um material supersólido.
Este feito vem após mais de meio século de pesquisas intensas, marcadas por diversas tentativas falhas.
O material supersólido, que combina as propriedades de um sólido com a fluidez de um superfluido – um fluido de viscosidade nula – representa um avanço significativo na física da matéria condensada.
O fim da dependência do hélio
O desenvolvimento desse material poderia ser a chave para superar a escassez global de hélio, um elemento essencial para a refrigeração em tecnologias avançadas, incluindo supercomputadores quânticos e máquinas de ressonância magnética.
O material, composto por cobalto e descrito pela fórmula Na2BaCo(PO4)2, opera eficientemente em temperaturas próximas ao zero absoluto, eliminando a necessidade do hélio para o resfriamento.
Um processo inovador
O professor Su Gang e sua equipe na Universidade da Academia Chinesa de Ciências lideraram a pesquisa.
Eles empregaram campos magnéticos para resfriar o material até 94 milikelvins, uma temperatura extremamente baixa, sem recorrer ao hélio.
O desafio da supersolidez
A ideia de um supersólido tem intrigado físicos desde a década de 1970, quando o teórico Anthony Leggett sugeriu sua possibilidade.
Até este estudo, a existência de um supersólido em um material do mundo real permanecia não comprovada.
A equipe chinesa conseguiu, pela primeira vez, evidências convincentes de um “análogo do spin quântico” desse estado da matéria, utilizando o material à base de cobalto.
Implicações futuras
Este avanço abre um leque de possibilidades para o desenvolvimento de novas tecnologias, particularmente na criação de sistemas de refrigeração que dispensam o uso de hélio.
Tais sistemas seriam essenciais para o avanço de computadores quânticos e poderiam facilitar pesquisas científicas em áreas tão diversas quanto a astronomia e a busca por supercondutores.
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Fonte: Inovação Tecnológica