Cientistas do EUROfusion, compostos por 4.800 profissionais, estudantes e funcionários de toda a Europa, bateram o recorde de geração de energia de fusão nuclear.
O recorde já se mantinha 25 anos, e foi produzido pelo mesmo laboratório que fez o novo recorde de fusão nuclear,
O reator Joint European Torus (JET), está localizado nas instalações da Autoridade de Energia Atômica do Reino Unido, em Oxford, Inglaterra.
O reator produziu 59 megajoules de energia (11 megawatts) em apenas 5 segundos, superando o antigo recorde de 21.7 megajoules.
Saiba mais sobre o novo recorde de geração de energia do reator nuclear europeu
Durante sua operação, o reator aquece os gases (uma mistura de deutério e trítio) a uma temperatura 10 vezes maior do que a encontrada no “coração” de estrelas como o Sol,
Como resultado, é gerado plasma, onde sob essas condições, os núcleos atômicos se combinam para liberar uma enorme quantidade de energia.
O atual desafio dos cientistas ao redor do mundo é manter essa reação por tempo o suficiente para produzir mais energia do que foi o necessário para a iniciar.
A relação entre a quantidade de energia necessária para iniciar a reação e a quantidade produzida pela reação é representada por um valor chamado Q.
O experimento JET teve um Q de 0,33, sendo que uma reação com um Q de 1 produziria tanta energia quanto consumiu,
O recorde feito em 1997 teve um Q de 0,7, porém na época a reação foi mantida pelos cientistas por menos de 4 bilionésimos de segundos.
Opiniões dos cientistas
De acordo com a equipe responsável pelo experimento, o recorde é um “grande passo” rumo à criação de uma fonte de energia limpa e praticamente inesgotável.
Para Joe Milnes, chefe de operações do JET, foi demonstrado que é possível criar uma mini estrela dentro da máquina da equipe, além de a manter por cinco segundos e obter um alto desempenho.
Segundo o executivo-chefe da Autoridade de Energia Atômica do Reino Unido, Ian Chapman, está claro que a equipe ainda precisa fazer mudanças significativas para lidar com os efeitos das mudanças climáticas, mas a fusão oferece muito potencial.
Por fim, o pesquisador de materiais nucleares do Imperial College London, Mark Wennan, destacou que apesar de cinco segundos não parecer “muito”, caso seja possível manter esse tempo, é presumível que você pode manter estável por muitos minutos, horas ou dias.
–
Fonte: Olhar Digital
Imagem em destaque: Foto/Reprodução CCFE