Itajaí – SC 5/3/2021 –
O isolamento social acentuou algumas tendências de logística durante a pandemia.
Assim como em todos os setores da economia, os impactos da pandemia foram fortemente sentidos pelo segmento logístico. Nesse sentido, o isolamento social antecipou algumas tendências no setor de logística na pandemia. A necessidade de manter as operações em funcionamento, mesmo que de forma remota, envolveu mudanças comportamentais e agilidade para adaptação à nova realidade.
A preocupação com o cumprimento de prazos, que sempre foi uma das características da logística, ganhou dimensão ainda maior com a pandemia. Outro desafio foi administrar o aumento de novos consumidores online, o que exigiu reformulação dos processos logísticos de forma geral.
Impactos e tendências da logística na pandemia
Com a retomada gradual da atividade econômica ao redor do mundo, algumas tendências de logística devem ganhar destaque nos próximos tempos.
Aumento do comércio online
O relatório Global Outlook 2021, da Mastercard, aponta que o aumento do comércio online iniciado na pandemia será permanente. Segundo o estudo, cerca de 20% a 30% das vendas que migraram dos pontos físicos para o e-commerce continuarão dessa forma após o término do isolamento social.
Outro ponto importante demonstrado na pesquisa tem a ver com o comportamento do consumidor. Cerca de 46% dos brasileiros fizeram compras online na pandemia, sendo que 7% utilizaram esse canal pela primeira vez.
O crescimento do e-commerce exigiu do varejo uma adaptação rápida e eficiente à nova realidade. Por consequência, para atender a essas demandas, as empresas de logística também precisaram rever processos como, por exemplo, entrega e distribuição fracionada.
Mas ainda há muito o que melhorar para que seja oferecido um serviço de qualidade. De janeiro a outubro do ano passado, o Procon de São Paulo registrou mais de 240 mil reclamações relacionadas a problemas em compras online. Esse número representa mais do que o triplo de registros que o órgão realizou em 2019, sendo que o principal problema apontado no e-commerce é o atraso na entrega das mercadorias.
Maior integração da cadeia logística
As empresas com maior integração entre fornecedores, produtos e clientes conseguiram apresentar melhores respostas às dificuldades impostas pela pandemia. Isso porque a visão consolidada do processo favorece a comunicação e torna mais fácil identificar falhas. Dessa maneira, é possível tomar ações corretivas com mais velocidade.
Descentralização das operações
Com o crescimento do e-commerce, veio a necessidade de centros de distribuição menores e em maior quantidade, de forma que pudessem atender mais regiões de forma rápida. Sendo assim, muitas empresas substituíram o modelo centralizado de uma única sede por várias unidades menores e mais dispersas geograficamente.
Ao criar pequenos centros de logística, a empresa dá autonomia a essas unidades para o atendimento local, o que torna o processo mais fluido e organizado. Além disso, a descentralização gera redução de custos, uma vez que as distâncias percorridas para as entregas passam a ser menores.
Tecnologia e Inteligência Artificial
A pandemia mostrou a importância da tecnologia e da inteligência artificial no gerenciamento dos processos logísticos. Muitas empresas que tinham gerenciamento manual de estoques e pouca flexibilidade logística passaram a apresentar problemas a partir do isolamento social.
Por outro lado, empresas que adotaram tecnologias específicas e inteligência artificial nos seus processos conseguiram fazer uma eficiente gestão de estoques, custos, e demais fluxos internos. Isso fez com que essas organizações se antecipassem a possíveis riscos e, também, gerassem novas oportunidades de negócios.
Busca por marketplaces
Mesmo antes da pandemia, os marketplaces já registravam crescimento superior ao do e-commerce no Brasil.
Segundo levantamento realizado pela E-Commerce Brasil, cerca de 95% dos consumidores que compram online utilizam com frequência o marketplace.
E isso se intensificou com o isolamento social. Como alternativa às lojas fechadas, milhares de pequenos comerciantes procuraram as grandes plataformas de vendas online para darem continuidade às suas operações. Dessa forma, os grandes varejistas e as empresas de logística tiveram que ampliar e aperfeiçoar os seus processos de distribuição.
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