São Paulo, SP 8/3/2021 – O lado feminino da construção civil
O Dia Internacional da Mulher reascende as discussões do preconceito com as mulheres nas atividades profissionais, bem como no mercado de construção civil.
O Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, traz à tona realidades que acercam o público feminino e que permanecem camufladas na maior parte do tempo. O sexismo no mercado de trabalho ainda é um dos temas mais polêmicos e amplamente reverberados. Mesmo em meio ao século XXI e com algumas batalhas já vencidas, as mulheres ainda esbarram no julgamento de muitos e na resistência de tantos. No setor da construção civil, onde as mulheres respondem por diversas áreas, cargos e atribuições e somam mais de 200 mil profissionais, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, ainda é comum o antigo jargão “Canteiro de obras não é lugar para mulher”. Porém, entre as tantas, as qualidades femininas favorecem ao ponto de serem as preferidas para determinadas funções dentro do segmento. As mulheres se destacam pelo olhar atento e meticuloso, pela determinação e foco, além de serem absolutamente detalhistas, características relevantes para muitas atividades e níveis de incumbência.
Certos da representatividade das mulheres no mercado, só na habitissimo – plataforma exclusiva que oferece mão de obra especializada para prestação de serviços da construção civil, 17% dos profissionais e empresas que compõem o portfólio da habitissimo são mulheres. A maioria destaca-se em categorias antes dominadas por homens, como arquitetura, decoração e engenharia. Exemplo disso é a trajetória profissional da arquiteta da plataforma, Vivian Brondi. Com quase 20 anos de carreira, sendo a maior parte desempenhando sua atividade em acompanhamento de obras, colhe frutos de uma carreira bem-sucedida após enfrentar situações de preconceito e sexismo. “Passei por muitas situações de resistência de equipes em aceitar “ordens” de uma mulher em canteiros de obras. Mas, sempre mantive a firmeza no que estava falando, sem perder a educação neste trato. Uma pena que nem sempre o outro lado agia do mesmo jeito” comenta Vivian.
A arquiteta conta que o momento que mais a marcou partiu da resistência de um eletricista. Ao apresentar uma planta de elétrica de acordo com o pedido do cliente em questão, o profissional não acatou e colocou o que estava “acostumado”, só para não ceder ao trabalho de uma mulher. “Ele chegou a gritar comigo na frente das pessoas e disse que meu desenho não valia nada e que o rasgaria. Disse ainda que eu era uma “simples mulher” que achava que podia mandar na obra. Falou com tanta raiva que tive medo de reagir”, desabafa. Vivian conta, ainda, que repassou o caso ao proprietário e encarregado da obra e esse profissional foi afastado do projeto.
Este é um dos vastos casos que as arquitetas e muitas outras profissionais da construção civil enfrentam todos os dias. Porém, seja com discriminação ou não, as mulheres estão cada vez mais presentes nos canteiros de obras e nas demais áreas do setor. Unindo a esfera das últimas décadas, em que as mulheres estão cada vez mais alcançando níveis de especialização e funções de comando às suas habilidades características de gênero, o mercado da construção civil tende a ser “dominado” pelo público feminino.
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