Pesquisadoras brasileiras desenvolveram um filtro de ar feito de garrafa pet, que é capaz de reter partículas de vírus.
O trabalho foi realizado durante o doutorado de Daniela Patrícia Freire Bonfim, que é aluna do programa de pós-graduação em Engenharia Química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
A estudante contou com a orientação da professora Mônica Lopes Aguiar durante o projeto, e seus resultados foram publicados no Polymers e Membranes.
Filtro de ar feito de garrafa pet retém até o novo coronavírus
O filtro criado pela estudante é capaz de reter partículas até mesmo do novo coronavírus, que tem aproximadamente 100 nanômetros.
Além de ajudar a prevenir o coronavírus e outras doenças respiratórias que são infecciosas, os meios filtrantes também ajudam na poluição do ar.
Com a tecnologia criada, materiais devem ser criados pelo grupo para serem aplicados em:
- máscaras;
- jalecos;
- outros equipamentos de proteção individual.
A aplicação pode ocorrer em sistemas para filtração e condicionamento do ar em hospitais, escolas e também em outros edifícios.
Problemas enfrentados pela pesquisa
Entre os desafios enfrentados durante a pesquisa, estava a combinação de diferentes parâmetros no processo de eletrofiação.
Esse processo é quando o PET dissolvido em um solvente na ponta da agulha de uma seringa e causa a evaporação do solvente.
O processo é complicado, uma vez que há diversos parâmetros a serem definidos e combinados, como:
- a concentração da solução;
- diâmetro da agulha;
- intensidade do campo aplicado;
- distância entre a ponta da agulha;
- distância entre a ponta do coletor;
- entre outros.
Posteriormente, todos esses parâmetros são associados às diferentes características encontradas no material resultante, determinando a morfologia das fibras.
De acordo com a estudante, todos esses parâmetros interferem no resultado final:
“A concentração da solução, por exemplo, interfere no diâmetro da fibra. Outros parâmetros interferem em como a fibra se deposita no coletor, o que interfere na permeabilidade que, por sua vez, estabelece como o fluxo de ar passa pelo material e, assim, determina a queda de pressão”
Daniela Patrícia Freire Bonfim
Para Bonfim, o desafio inicial foi, a partir da filtração almejada, conseguir combinar os vários parâmetros para chegar à fibra desejavam.
Resultado dos testes
O resultado foi uma trama de nanofibras que é o próprio filtro e suporte, ou seja, não precisa ser aplicada sobre outro material mais resistente/estruturado.
O produto foi capaz de alcançar até 100% de eficiência na coleta de partículas entre 7 e 300 nanômetros com uma queda de pressão alcançada muito baixa.
Fonte: Ciclo Vivo
Imagem em destaque: Foto/Reprodução UFSCar