Cientistas descobrem vulcão submarino com maior erupção já registrada na história
Uma pesquisa liderada por cientistas da Universidade de Paris mostrou o vulcão com a maior erupção submarina já registrada na história.
A estrutura vulcânica, de 820 metros de altura, está a uma profundidade de 55 km, e está localizada próxima à ilha de Mayotte, entre a costa oriental da África e extremo norte de Madagascar.
Detectada em 2018 devido a uma intensa atividade vulcânica, desde então as instituições locais enviaram uma equipe de pesquisa para analisar o evento que ocorreu.
O monitoramento da região iniciou em fevereiro de 2019, através de um sonar multifeixe, que mapeou uma área de 8.600 km quadrados do fundo mar.
Além disso, os pesquisadores também instalaram uma rede de sismômetros a uma profundidade de 3,5 km, onde foram registrados diversos eventos sísmicos.
Vulcão com maior erupção submarina registrou mais de 17 mil eventos
Após um monitoramento de fevereiro a maio de 2019, o sistema registrou 17 mil eventos sísmicos, a uma profundidade de 20 a 50 km.
É comum que grande parte dos terremotos aconteça próximo à superfície, mas esse não foi o caso do vulcão que fica próximo à ilha de Mayotte.
Também foram registrados outros 85 ventos em frequências mais baixas, e com base nesse conjunto de dados que a equipe, liderada pela geofísica Nathalie Feuillet, realizou a pesquisa.
Os pesquisadores reconstruíram a possível formação do vulcão, onde um reservatório de magma na astenosfera teria sido o início da formação vulcânica.
Como a estrutura vulcânica surgiu
De acordo com Feuillet, abaixo da estrutura, diversos processos tectônicos podem ter causado danos à litosfera e criado fissuras, onde o magma subiu pela crosta até alcançar as profundezas do oceano, produzindo cerca de 5 km cúbicos de lava, dando origem ao vulcão.
O estudo também indicou o volume liberado pelo vulcão, entre 30 a 1.000 vezes maior que outras erupções marinhas, sendo agora a erupção do novo vulcão a mais significativa já registrada.
Segundo o artigo publicado, os volumes e fluxo de lava que foi emitido são comparáveis aos observados durante erupções nos maiores pontos quentes da Terra.
Em sua pesquisa, a equipe afirmou que no futuro é possível que ocorra um novo colapso da caldeira, além de erupções marinhas na encosta superior da ilha e em terra.
Essa possibilidade é devido a grandes fluxos de lava pela encosta de Mayott, que indicam que atividades como essa já ocorreram no passado.
Fonte: Canaltech
Imagem em destaque: Foto/Reprodução Feuillet et al., Nature Geoscience