O foguete chinês abandonado Long March 3C foi encontrado esta semana por pesquisadores, que realizaram os cálculos e previram a colisão com a Lua em março.
É o mesmo foguete que lançou a missão Chang’e 5-T1 da China em outubro de 2014, sendo abandonado após cumprir sua missão e permaneceu em órbita do Sol sem poder ser observado até agora.
No início deste ano, foi encontrado pelas câmeras de um observatório, pouco tempo antes de uma aproximação com a Lua em 5 de janeiro.
Inicialmente, os astrônomos acreditavam que se tratava de um asteroide, porém com as novas observações realizadas, descobriram que na verdade era o foguete chinês abandonado.
Saiba mais sobre o foguete chinês abandonado que irá colidir com a Lua
Quando um objeto artificial é identificado, os dados são enviados para o Projeto Pluto, que não só mantém, como compartilha esse dado com outros observatórios, a fim de que não sejam confundidos com asteroides novamente.
A colisão foi anunciada em uma circular publicada pelo Projeto Pluto, em que comunicava que o foguete irá colidir com a Lua no dia 4 de março.
O impacto está previsto para ocorrer às 12:25:58 no horário universal, enquanto no horário de Brasília, deverá ser às 09:25:58.
O impacto deverá ser na cratera Hertzsprung, uma antiga e enorme cratera que fica no lado oculto da Lua, com aproximadamente 530 km de diâmetro.
Além disso, o projeto também publicou as coordenadas lunares onde o Long March deverá ser “sepultado”, com margem de erro de apenas alguns segundos e alguns quilômetros.
O foguete irá atingir a cratera numa velocidade superior a 9 mil km/h, escavando e vaporizando alguns metros do solo lunar.
Primeira vez que um lixo espacial atinge a Lua poderá não ser monitorado
O impacto será a primeira vez que um lixo espacial atinge a Lua de forma acidental, e poderá não ser monitorado.
O lado oculto da Lua não pode ser visto da Terra, e poderá ser monitorado por apenas algumas sondas orbitais, como a:
- Lunar Reconnaissance Orbiter (NASA);
- Chandrayaan-2 (da Índia).
No entanto, essas sondas devem estar sobrevoando o local no momento em que o foguete atingisse a Lua, ou de algum ajuste em sua órbita, exigindo um gasto adicional de combustível.
Como resultado, esse gasto adicional de combustível pode fazer com que as agências americana e indiana desistam de monitorar o momento.
Outra possibilidade é o satélite DSCOVR, pois a Lua estará virada para ele no momento em que haverá a colisão, apesar de precisar de uma mudança de orientação do satélite.
O custo em combustível não seria significativo, mas a manobra iria o desviar de sua função principal de observar a Terra.
Possivelmente, os únicos dados do impacto deverão ser os cálculos do Projeto Pluto e as fotos da cratera, que devem ser tiradas pelas sondas em órbita da Lua, quando passarem pelo local.
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Fonte: Olhar Digital
Imagem em destaque: Foto/Reprodução NASA