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Japão está prestes a lançar o primeiro satélite de madeira do mundo

Japão está prestes a lançar o primeiro satélite de madeira do mundo
Imagem: Universidade de Kyoto

O Japão está prestes a lançar o primeiro satélite de madeira do mundo, gerando grande expectativa na comunidade científica.

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Após anos de planejamento e pesquisa minuciosa sobre materiais de madeira, o satélite inovador está pronto para ser enviado ao espaço.

Batizado de LignoSat, este satélite experimental mede apenas 10 centímetros de cada lado.

Desenvolvimento e parceria

O desenvolvimento do LignoSat foi liderado por engenheiros da Universidade de Kyoto. Em uma coletiva de imprensa, eles anunciaram a conclusão do projeto.

Na próxima semana, o satélite será transferido para a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) para os preparativos finais antes do lançamento.

Lançamento previsto para setembro

A expectativa é que o LignoSat seja lançado do Centro Espacial Kennedy em setembro, a bordo de um foguete da SpaceX.

De acordo com a AFP, o foguete da SpaceX levará o satélite até a Estação Espacial Internacional (ISS).

Lá, os astronautas liberarão o LignoSat em órbita, onde seu desempenho será monitorado de perto pelos próximos meses.

O desafio da madeira no espaço

Feito de madeira de magnólia, o LignoSat enfrentará um teste extremo de sua resistência e durabilidade. Ele precisará suportar temperaturas extremas e intensa radiação solar.

A operação do satélite está prevista para durar entre 5 a 6 meses. Se bem-sucedido, este projeto pode abrir caminho para o uso de madeira na construção de futuros satélites.

Anos de pesquisa e colaboração

A jornada para desenvolver o LignoSat envolveu anos de trabalho dedicado e pesquisa.

A Universidade de Kyoto colaborou com a empresa de exploração madeireira Sumitomo Forestry para testar várias amostras de madeira.

Inicialmente, foram testadas três tipos de madeira: bétula de Erman, cerejeira japonesa e magnólia bovate.

Em 2020, essas madeiras foram enviadas à estação espacial para verificar sua durabilidade no ambiente espacial. A madeira de magnólia se mostrou a mais robusta.

Benefícios ambientais dos satélites de madeira

O principal objetivo do desenvolvimento de um satélite ecológico é reduzir o impacto ambiental.

Satélites têm vida útil limitada e não permanecem no espaço por muito tempo. Diferente dos satélites metálicos tradicionais, o material de madeira queimará completamente ao reentrar na atmosfera, ao invés de deixar partículas metálicas que podem acumular na alta atmosfera.

Estudos indicam que partículas de alumínio podem contribuir para a destruição da camada de ozônio, que protege a Terra da radiação ultravioleta do Sol.

Além disso, essas partículas podem interferir na quantidade de luz solar que chega à superfície terrestre.

Em contraste, um satélite de madeira irá se queimar na reentrada, produzindo apenas cinzas biodegradáveis.

Perspectivas futuras e sustentabilidade

Com o aumento exponencial previsto para lançamentos de satélites nos próximos anos, o número de satélites obsoletos que retornam à atmosfera também aumentará.

Os satélites de madeira representam uma opção sustentável com menor impacto ambiental em comparação aos satélites de metal tradicionais.

O LignoSat é apenas o primeiro passo nesta direção. Mais pesquisas são necessárias para aprimorar o uso da madeira em satélites, suas capacidades de carga útil e aplicações de observação.

A expectativa é alta para ver como o LignoSat se comportará em seu teste definitivo no espaço, abrindo caminho para futuras inovações sustentáveis na exploração espacial.

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Fonte: Interesting Engineering

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