Foi descoberto nas terras do sul de Marte um novo tipo de cratera, ainda sem nome, que contava com lagos no passado, que eram frutos de um escoamento de uma geleira.
Os astrônomos que identificaram esse novo tipo de cratera são da Universidade de Brown, nos Estados Unidos. O estudo dos pesquisadores foi publicado no Planetary Science Journal, em fevereiro deste ano.
Novo tipo de cratera conta com sistema hidrológico
Ben Boatwright, o líder da pesquisa, também apresentou evidências durante a Conferência Lunar e Planetária de março de outras 40 crateras, que também contam com características similares à essa.
Essas características encontradas são de um sistema hidrológico, havendo abastecimento e escoamento da água proveniente exclusivamente de dentro da cratera.
Nos lagos que foram caracterizados até então, era comum haver drenagem vindo de fora da cratera ou fluindo para o outro lado.
Como o estudo foi feito pelos astrônomos
A fim de mapear toda a formação da cratera e também seu sistema de lagos, os astrônomos utilizaram imagens de alta resolução da sonda Mars Reconnaissance Orbiter.
Essa sonda pertence a National Aeronautics and Space Administration (NASA), a agência especial norte-americana), sendo uma peça importante durante o estudo.
Ao mapear a formação da cratera e os lagos, houve a revelação de canais fluviais “invertidos”, sendo uma espécie de leitos de rios antigos que costumavam correr pelo planeta.
Conclusões do estudo
O líquido do escoamento da geleira não teria deixado resquícios do vale para trás, caso a água viesse diretamente do solo e por isso há a confirmação do sistema hidrológico, citado anteriormente.
Além disso, os próprios cientistas apontam que o clima de Marte já foi mais quente e úmido em comparação ao clima atual do planeta, que raramente atinge uma temperatura acima de zero.
As evidências geológicas mostram que as condições de frio e gelo no planeta são escassas, e por isso as crateras podem fornecer pistas se Marte já teve temperaturas similares à Terra.
Caso seja similar à Terra, haveria água líquida que fluiria por milênios no planeta, e já a outra opção viável seria que, na maior parte do tempo, havia um frio glacial e com pequenas “pausas” para derretimento.
Fonte: Revista Galileu
Imagem em destaque: Imagem/Reprodução internet