A missão lunar Chang’e-6 da China alcançou um feito impressionante ao tirar uma “selfie” no lado oculto da Lua, um feito que ressalta o avanço tecnológico do país na exploração espacial. Esta conquista foi possível graças a um mini-rover inovador movido por inteligência artificial (IA).
A selfie lunar
A imagem histórica capturada pelo rover mostra o módulo de pouso, a bandeira nacional chinesa e as marcas das rodas do rover de quatro rodas, que pesa apenas 5 kg. Este mini-robô autônomo inteligente utilizou software de IA para navegar na superfície lunar e encontrar o ângulo perfeito para a fotografia.
Objetivos do rover
Os principais objetivos do mini-rover eram dois: tirar “selfies” e validar tecnologias inteligentes autônomas. Após coletar amostras lunares com sucesso, o rover capturou a imagem, conforme relatado pelo China Space Daily, uma publicação estatal.
Desenvolvido pela China Academy of Space Technology (CAST), o rover possui capacidades avançadas de autonomia e um hardware leve e altamente integrado.
Tecnologia autônoma
Quentin Parker, astrofísico da Universidade de Hong Kong, comentou que este pode ser o primeiro exemplo de IA sendo empregada em um rover lunar para tomar decisões de forma autônoma com base em entradas de câmeras.
Outros sistemas em várias espaçonaves Chang’e e sondas lunares de outros países também podem ter usado IA, destacou Parker ao South China Morning Post (SCMP).
Jonathan McDowell, astrônomo de Harvard, acrescentou que o termo “IA” pode ser considerado “bastante sem sentido” neste contexto, mas reconheceu a capacidade da equipe de software da CAST em programar atividades complexas em uma espaçonave tão pequena.
A habilidade do rover em tomar decisões autônomas com base em dados das câmeras é vista como um avanço significativo na tecnologia espacial.
Missão crucial
A missão Chang’e-6 é crucial para a atualização dos dados científicos lunares da China. Ela se concentra na estrutura, composição e propriedades físicas do solo lunar. Esta é a primeira missão a recuperar amostras de rochas do lado oculto da Lua, um hemisfério que está sempre voltado para longe da Terra devido ao bloqueio de maré.
O lado oculto da Lua é conhecido por suas numerosas crateras e atividade vulcânica limitada, o que apresenta desafios de comunicação para os cientistas na Terra. Para superar esse obstáculo, a China desenvolveu o sistema de satélites retransmissores Queqiao, que facilita a comunicação com espaçonaves na região remota.
Panorama geral
Chang’e-6 fez um pouso bem-sucedido na Bacia do Polo Sul-Aitken, uma grande cratera no lado oculto da Lua, às 22h23 GMT em 1º de junho. Esta é a segunda missão de retorno de amostras bem-sucedida da China, após a recuperação da Chang’e-5 no lado visível da Lua em 2020.
A selfie bem-sucedida é um testemunho das capacidades do rover e um passo significativo em direção às ambições lunares da China, que incluem enviar humanos à Lua até 2030 e estabelecer uma base lunar rudimentar até 2028.
Leia mais:
- Agência Espacial Europeia realiza a primeira impressão 3D de metal no espaço
- Tecnologia inspirada em Star Wars transforma ar em água potável
- Jovem brasileira treina para ser astronauta nos EUA
Fonte: Interesting Engineering