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Solo de Chernobyl é declarado ‘seguro’ para agricultura após 38 anos

Solo de Chernobyl é declarado 'seguro' para agricultura após 38 anos
Imagem: Bkv7601/Wikimedia Commons

Após 38 anos do desastre nuclear em Chernobyl, o solo da região foi declarado seguro para atividades agrícolas. Esta notícia surpreendente surgiu após diversas pesquisas indicarem que os níveis de radiação caíram abaixo dos considerados perigosos, permitindo que as vastas terras agrícolas, abandonadas desde 1986, possam ser reutilizadas para o cultivo.

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Redução dos níveis de radiação

Pesquisas recentes realizadas com a ajuda de robôs e veículos aéreos não tripulados (UAVs) revelaram que a radiação em grande parte das terras próximas ao local do desastre nuclear diminuiu significativamente.

Isso significa que áreas anteriormente classificadas como contaminadas agora podem ser usadas novamente para a agricultura, o que é um alívio para a crescente demanda por terras agrícolas na Ucrânia.

O desastre de Chernobyl e seus efeitos

O desastre nuclear de Chernobyl, ocorrido em 1986, foi uma das maiores tragédias da história. A explosão no reator número 4 da usina nuclear lançou nuvens tóxicas sobre o território soviético, expondo aproximadamente 8,4 milhões de pessoas à radiação nuclear. Estima-se que mais de 250.000 pessoas desenvolveram câncer, com cerca de 100.000 mortes resultantes, segundo a Greenpeace. Além do impacto humano, o desastre causou danos extensos a plantações, vegetação e infraestrutura na região.

Resultados das pesquisas recentes

De acordo com Valery Alexandrovich Kashparov, da Universidade Nacional de Ciências da Vida e Ambientais da Ucrânia, mais de 80% da área pesquisada ao redor do local do desastre pode ser utilizada novamente para atividades agrícolas. Sua equipe vem conduzindo pesquisas na região há mais de uma década, baseando suas conclusões nos níveis de radiação encontrados.

O relatório destaca que a principal ameaça à saúde após o desastre era o isótopo de iodo-131, que tem uma meia-vida de apenas oito dias e, portanto, seus níveis diminuíram rapidamente. Já o césio-137 e o estrôncio-90, com uma meia-vida de mais de três décadas, ainda estão presentes, mas seus níveis foram reduzidos pela metade, especialmente em áreas distantes do epicentro do desastre.

Apesar dos avanços, áreas próximas à zona de exclusão principal, que circunda o reator nuclear, ainda apresentam altos níveis de radiação e se transformaram em florestas. Existe a possibilidade de que essa área seja declarada uma reserva natural nos próximos anos.

Em uma pesquisa realizada no início de 2023, Volodymr Illienko, também da Universidade Nacional de Ciências da Vida e Ambientais, mediu os níveis de radioatividade em 2600 hectares de terras ao redor de Narodychi e Vyazivka, não encontrando níveis acima do permitido.

Contudo, outros pesquisadores observaram altos níveis de radiação em algumas áreas, mas ressaltaram que isso não seria transferido para as plantações. Ainda assim, qualquer produção agrícola na área será monitorada para garantir a segurança alimentar.

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Fonte: Interesting Engineering

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