A vacina nasal brasileira está sendo criada por professores da Universidade de São Paulo (USP) e pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e irá entrar em fase de testes clínicos em humanos no segundo semestre deste ano.
O projeto tem apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), sendo coordenado por dois grupos de pesquisa.
Um dos grupos é liderado pelo professor de imunologia da USP, além de também ser diretor do laboratório do Incor, Jorge Kalil.
O outro grupo pertence a Ricardo Gazinell, diretor do Centro de Tecnologia de Vacinas e também professor de imunologia, porém da UFMG.
As vacinas nasais estão sendo estudadas por conta de sua resposta imunológica, que pode ajudar pacientes com problemas na respiração, como a falta de ar, sintoma comum do Covid-19.
Vacina nasal brasileira terá 500 voluntários
A vacina produzida por Kalil é desenvolvida a partir de nano partículas do próprio coronavírus, e deve ser capaz de induzir uma resposta de anticorpos neutralizantes contra o vírus.
Além disso, a vacina nasal brasileira da USP irá induzir a imunidade celular, através dos linfócitos T CD8+ citotóxicos, responsáveis por matar as células infectadas e o T CD4+, responsável por auxiliar na produção de anticorpos e em respostas citotóxicas.
Já a vacina da UFMG é baseada em uma vacina bivalente, com base na plataforma da genética reversa do vírus influenza, assim como a vacina de Oxford/AstraZeneca.
Ambas vacinas já realizaram as primeiras etapas e testes iniciais, onde são realizados testes em animais de laboratório.
As respostas do experimento realizado estão e análise, e serão concluídas ainda no primeiro semestre deste ano, ou no início do segundo semestre.
A expectativa é que no primeiro estudo clínico, de Fase 1, a segurança e a toxidade da vacina nasal brasileira seja testada em 140 pacientes voluntários.
Após a conclusão desse etapa, durante a Fase 2, será compreendido mais sobre a quantidade de vacinas, doses e também a combinação ideal que deverá ser realizada, a fim de dar a resposta ideal aos pacientes.
Assim como no caso das outras vacinas, é possível que a vacina nasal brasileira possa precisar de uma primeira imunização, e, após alguns dias, de um reforço.
Entretanto, isso dependerá da combinação ideal que será testada durante a Fase 2, em cerca de 500 voluntários considerados saudáveis, de 18 a 59 anos.
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