A Agência Espacial Europeia (ESA) deu um grande passo em direção à criação de uma economia circular no espaço, ao realizar a primeira impressão 3D de metal a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS).
Essa conquista permite a reutilização de peças de satélites desativados para fabricar novos componentes, o que pode transformar a maneira como gerenciamos recursos no espaço.
O primeiro marco da impressão 3D de metal
No dia 30 de maio, um consórcio liderado pela Airbus conseguiu realizar a primeira impressão 3D de metal no espaço.
A impressora produziu uma pequena curva em forma de S feita de aço inoxidável liquefeito, marcando o início da fabricação de materiais utilizáveis na ISS.
Esta linha de teste demonstra que a tecnologia está pronta para produzir peças completas no futuro próximo.
A jornada da impressora 3D
A impressora 3D de metal chegou à ISS em 30 de janeiro deste ano, transportada pela missão Cygnus NG-20, lançada por um foguete SpaceX Falcon 9.
Com um peso de aproximadamente 180 kg, a impressora representa um grande desafio tecnológico. Diferente das impressoras 3D de plástico já em uso na ISS, a versão metálica requer lasers para aquecer o metal a temperaturas extremamente altas.
Por isso, a impressora está instalada dentro de uma caixa selada que impede a liberação de calor e fumaça excessivos.
Funcionamento e operação
Após sua chegada, o astronauta da ESA Andreas Mogensen instalou a impressora no módulo Columbus da ISS. A máquina utiliza fios de aço inoxidável que são aquecidos por um laser de alta potência, derretendo o metal para que possa ser moldado.
Todo o processo de impressão é controlado a partir da Terra, enquanto a equipe da ISS apenas precisa operar uma válvula de nitrogênio e ventilação.
Próximos passos e análise
O próximo passo para a impressora 3D será a criação de quatro formas adicionais, que serão enviadas à Terra para análise.
Dois desses componentes serão examinados no Laboratório de Materiais e Componentes Elétricos da ESTEC na Holanda, para verificar se a microgravidade prolongada afeta a qualidade dos materiais impressos. Os outros dois serão analisados no Centro Europeu de Astronautas e na Universidade Técnica da Dinamarca (DTU).
Benefícios futuros
Uma vez que a impressora 3D de metal esteja totalmente operacional na ISS, os astronautas poderão fabricar peças e ferramentas necessárias diretamente em órbita.
Isso reduzirá significativamente os custos de envio de equipamentos da Terra para a ISS, otimizando a eficiência das missões espaciais.
Além disso, a ESA está empenhada em criar uma economia circular no espaço, onde materiais antigos possam ser reaproveitados para novas criações.
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Fonte: Interesting Engineering