Uma equipe de cientistas e pesquisadores dos Institutos EMPA e ETH, na Suíça, criou um piso de madeira que gera energia ao caminhar pela casa.
A madeira compressível foi transformada em um microgerador de energia, a fim de que o piso produza eletricidade enquanto as pessoas andam normalmente durante o decorrer do dia.
Os testes realizados mostraram que uma área de 1,5 centímetro é capaz de gerar uma tensão média de 0,63 (tensão máxima de 0,87 volts) e uma corrente de 13,3 nA sob tensão de 45 kPa.
Com 30 blocos em paralelo, a corrente foi capaz de alimentar uma pequena tela LCD, sendo que houve 600 ciclos de compressão sem ter sinais de degradação.
De acordo com os cientistas, ainda serão realizados testes em amostras grandes, similares as dimensões dos carpetes de madeira e outros pisos de madeira engenheirada.
No entanto, a equipe afirmou que o uso prático ainda depende de outros desenvolvimentos, e, por isso, irá aprimorar sua técnica biomimética para ser possível a realizar fora das condições controladas de laboratório.
Material piezoelétrico do piso de madeira
O material piezoelétrico é capaz de gerar eletricidade quando recebe uma pressão mecânica e vice-versa, sendo o material mais comum o PZT (chumbo, zircônio e titânio).
No entanto, o material PZT não é adequado ao contato com a pele humana, e por isso o cientista Jianguo Sun com sua equipe tomaram a decisão de optar pelo efeito da própria madeira quando é transformada em uma espécie de “esponja”.
Nesse caso, o efeito do material é menor, e seu uso é liberado em residências e também em aplicações biomédicas.
A equipe suíça deseja fazer todo processo ambientalmente correto, e por isso não utilizou produtos químicos agressivos durante o processo.
Para transformar a madeira em uma “esponja” foi utilizado o processo biológico de degradação da madeira, com o fungo Ganoderma applanatum, que causa a podridão branca da madeira.
Esse fungo decompõe a liglina (o que faz com que a madeira seja um material facilmente deformado) e a hemicelulose da maneira, sem precisar gerar subprodutos agressivos.
Imagem em destaque: Foto/Reprodução Business Insider
Fonte: Inovação Tecnológica