O hélio-3, um isótopo raro do hélio, tem um potencial energético tão grande que apenas 25 toneladas poderiam suprir a demanda energética dos Estados Unidos por um ano inteiro.
Apesar dessa potência, a quantidade de hélio-3 que chega à Terra através dos ventos solares é minúscula, limitada pela proteção da magnetosfera terrestre, que impede que essas partículas de alta energia entrem em nossa atmosfera.
Interlune: pioneira na mineração lunar
A Interlune, uma empresa fundada por figuras notáveis como Harrison Schmitt, ex-astronauta da Apollo-17, e Rob Meyerson, ex-presidente da Blue Origin, está levando a sério a ideia de extrair hélio-3 da Lua.
Já com 15 milhões de dólares arrecadados, a empresa planeja ser a primeira entidade privada a explorar recursos naturais lunares para uso comercial.
Atualmente, eles estão desenvolvendo uma missão robótica para mapear as concentrações de hélio-3 em vários pontos da superfície lunar.
Por que a Lua?
A Lua, desprovida de atmosfera e escudo magnético, é bombardeada continuamente por partículas de alta energia, incluindo hélio-3, provenientes do sol.
Estima-se que a Lua tenha cerca de 1,1 milhão de toneladas métricas deste valioso isótopo. Dada a raridade do hélio-3 na Terra, onde é gerado apenas em pequenas quantidades pela decadência do trítio em reatores nucleares, a Lua apresenta uma oportunidade sem precedentes.
Viabilidade e competição
A exploração de hélio-3 não só pode proporcionar uma fonte de energia limpa e potente para a Terra, como também pode inaugurar uma nova era de avanços tecnológicos em campos como fusão nuclear, computação quântica e imagem médica.
Gerald Kulcinski, diretor do Instituto de Tecnologia de Fusão, aponta o hélio-3 como o recurso mais valioso no espaço, potencialmente valendo 4 bilhões de dólares por tonelada.
A Interlune não está sozinha nessa corrida. Outras empresas também têm mostrado interesse em acessar as vastas reservas de hélio-3 da Lua, que prometem não apenas avanços tecnológicos, mas também um potencial econômico enorme.
Sustentabilidade e avanços futuros
De acordo com Rob Meyerson, pela primeira vez na história, a exploração de recursos lunares é tanto tecnologicamente quanto economicamente viável.
A empresa enfatiza a importância de realizar essa tarefa de maneira sustentável e ponderada, sinalizando uma nova fase responsável na exploração espacial.