Cientistas da Itália conseguiram “transformar” rochas lunares em água e oxigênio, a fim de sustentar futuras bases no espaço.
A apresentação dessa nova tecnologia ocorreu no dia 23 de setembro, em uma conferência virtual do Europlanet Science Congress (EPSC).
O projeto foi desenvolvido pela cientista Michèle Lavagna, da Universidade Politécnica de Milão, através de um consórcio de pesquisa científica.
Esse consórcio é formado pela Agência Espacial Europeia (ESA), Agência Espacial Italiana e também pelo OHB Group, uma companhia de tecnologia espacial.
Transformar rochas lunares em água e oxigênio deverá fornecer fontes seguras e sustentáveis
O protótipo inicial foi construído em laboratório e adaptado de um processo de química industrial, que é aplicado em nosso planeta para extrair metal.
De acordo com Lavagna, a aplicação para extração de metal utilizada costuma gerar gases como subproduto, porém no trabalho da cientista, eles são o produto principal.
Desse modo, com a adaptação, seria possível receber uma mistura mineral que imita o solo lunar, onde metade da superfície é formada por silício e óxidos de ferros, compostos que são ricos em oxigênio.
Posteriormente, a tecnologia foi testada para extrair o oxigênio da poeira lunar artificial, com objetivo de operar de forma autônoma e eficiente através de uma fornalha.
Esse forno é capaz de atingir temperaturas superiores a 1000 °C, e transformou o material sólido em gás, pulando a fase de fusão. A equipe então adicionou hidrogênio e metano, a fim de reagirem quimicamente para produzir água no estado líquido.
Após extrair o oxigênio necessário, a fornalha deixa como resíduo subprodutos de hidrogênio e metano, que podem ser utilizados novamente, além de uma poeira rica em metais que também pode ser reaproveitada.
Todo o material residual para por um conversor catalítico e condensador, que tem como função separar a água desses materiais.
Antes de chegar ao resultado final, os pesquisadores analisaram diferentes proporções dos ingredientes e temperaturas. A versão mais eficiente extraiu 24% do oxigênio presente na poeira lunar artificial, o que é equivalente a 11% da massa total da amostra.
Plataforma escalável
Segundo os experimentos realizados, a plataforma pode ser escalável e operar em um circuito fechado quase totalmente auto sustentável, sem precisar de intervenção humana.
Por conta disso, o aparelho poderá ser fixado em uma futura base de exploração, para ser utilizado por astronautas em diversos tipos de missões.
Fonte: Tecmundo
Imagem em destaque: Foto/Reprodução