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Novo material termoelétrico supera qualquer outro na conversão de calor em eletricidade

Novo material termoelétrico supera qualquer outro na conversão de calor em eletricidade

Um novo material termoelétrico desenvolvido por cientistas da Universidade Northwestern e da Universidade Nacional de Seul é capaz de superar qualquer outro na conversão de calor em eletricidade.

O artigo sobre o seleneto de estanho purificado foi publicado no início de agosto, na revista científica Nature Materials.

A alta taxa de conversão de calor em eletricidade foi realizada somente após os pesquisadores identificarem e removerem um problema.

Descoberta do material pela equipe

A descoberta da forma cristalina do seleneto de estanho. ocorreu em 2014, porém a forma de cristal não era útil, uma vez que há tendência a lascar e muita fragilidade.

Por conta disso, os cientistas tentaram em sua forma policristalina, que é mais forte e pode ser moldada para aplicações.

Entretanto, se depararam com uma alta condutividade térmica, o que não é desejado em um dispositivo termoelétrico.

O problema era a oxidação, que ocorria no processo e nos materiais de partida, diminuindo o desempenho do material no processo.

Após remover o oxigênio, a equipe produziu pelotas de seleneto de estanho sem oxigênio, resultando no material termoelétrico mais eficiente já registrado.

Novo material termoelétrico tem alto desempenho

O material desenvolvido, em sua forma policristalina, é capaz de contar com alto desempenho em diversas aplicações, como:

A captura de calor residual industrial para ser convertida em eletricidade é uma opção para usinas de energia, indústrias automobilísticas, indústrias de manufatura pesada e também em fábricas.

É uma importante inovação que impactará os setores, uma vez que mais de 65% da energia produzida a partir de combustíveis fósseis é perdida como calor residual.

Material já é utilizado em rover da NASA

Atualmente, o policristal de seleneto de estanho já é utilizado no Perseverance, rover da agência espacial norte-americana NASA.

No caso do rover, a fonte de calor usada em Marte é a decomposição radioativa do plutônio, com uma eficiência de conversão de calor em eletricidade de 4 a 5%.

Já em nosso planeta, a eficiência é ainda maior, caso seja usado em dispositivos termoelétricos, sendo capaz de gerar uma economia de energia potencialmente enorme.

A aplicação desse novo material na geração de energia deverá ser mais difundida nos próximos anos, quando houver o desenvolvimento de um material de baixo custo e alto desempenho.

Estamos nos concentrando no desenvolvimento de um material de baixo custo e alto desempenho e que impulsione os dispositivos termoelétricos para uma aplicação mais difundida”.

Mercouri Kanatzidis, um químico especializado em design de novos materiais da Northwestern. 

Fonte: Tecmundo e Ambientalmente

Imagem em destaque: Foto/Reprodução Northwestern University