A JAXA, agência espacial japonesa, está testando seu novo sistema de propulsão de foguetes no espaço e anunciou o sucesso no primeiro teste.
O teste foi a “demonstração” dos seus dois sistemas de propulsão, que são considerados “futurísticos”, devido a grande quantidade de empuxo obtida.
Além disso, em comparação aos impulsionadores tradicionais, os sistemas também usam muito menos combustível.
Sobre o teste com o novo sistema de propulsão de foguetes
O teste, que ocorreu no dia 27 de julho, lançou um par de sistemas, a partir do Centro Espacial de Uchinoura, a bordo do foguete japonês S-520.
Logo após a recuperação do S-520 no oceano, a equipe de engenheiros da agência espacial começou a analisar os dados, confirmando o sucesso da missão.
O novo sistema de propulsão a base de detonação ocorreu a uma altitude estimada em 234,9 km de altura, produzindo um empuxo de 500 N (newtons).
Antes de ser ativado, o motor inicial operou durante seis segundos, e o “motor de detonação de pulso” funcionou por 11 segundos.
Esse motor de detonação de pulso é um sistema parecido com o motor inicial, porém que utiliza ondas de detonação para queimar combustível e oxidante.
No teste realizado, o foguete foi lançado com uma mistura de metano e oxigênio como os combustíveis, onde os disparos foram executados dentro desse período de seis segundos após a separação do “primeiro estágio”.
Em seguida, o anel de explosões disparou três vezes, sendo que cada uma era separada por um segundo “pulso” mais poderoso.
De acordo com Jiro Kasahara, professor que trabalha na tecnologia do motor junto à agência, o objetivo da equipe é colocar a tecnologia em uso prático dentro de cinco anos.
Benefícios da tecnologia
O modelo funciona por meio de explosões controladas, que são detonadas em um anel circular que fica acoplado à base do foguete.
Todo o processo gera uma grande quantidade de empuxo com uma quantidade menor de combustível, enviando menos “peso” durante o lançamento espacial.
Apesar dos foguetes comuns produzirem mais aceleração, também há muito combustível queimado e por isso a tecnologia produzida pelos japoneses é tão importante.
Com o novo modelo, é possível atingir graus aceitáveis de aceleração dentro de um cenário mais econômico.
Assim, há uma tecnologia “amigável” ao meio ambiente e que ainda é capaz de amenizar os custos de abastecimento do foguete.
Para os engenheiros, o teste foi um sucesso e uma prova de que o motor de detonação rotativo pode permitir viagens ao espaço profundo usando uma fração de combustível e de peso.
Fonte: Olhar Digital e Canaltech
Imagem em destaque: Foto/Reprodução JAXA