Reator de fusão de startup do Reino Unido pode tratar o câncer
Uma startup sediada no Reino Unido revelou uma tecnologia inovadora com capacidade para transformar o cenário do diagnóstico e tratamento do câncer.
Astral Systems, uma empresa fundada pela Universidade de Bristol, apresentou o uso de um reator de Fusão Multi-Estado (MSF), o primeiro do seu tipo.
Ele foi projetado para produzir isótopos médicos essenciais necessários tanto para a radioterapia quanto para a imagem diagnóstica do câncer.
Isótopos médicos são substâncias radioativas usadas na medicina para vários fins diagnósticos e terapêuticos.
Segundo o comunicado de imprensa, esses isótopos podem desempenhar um papel vital no tratamento direcionado do câncer, matando efetivamente as células cancerígenas durante a radioterapia.
Além disso, podem servir como “rastreadores radioativos” dentro do corpo para facilitar a detecção de condições médicas por meio de imagens.
Esses isótopos produzem radiação que pode ser detectada e quantificada, fornecendo informações significativas aos profissionais de saúde sobre a estrutura e função de órgãos e tecidos no corpo.
Número limitado de reatores
Uma grande parte do fornecimento global de isótopos médicos depende de um número limitado de reatores de fissão.
A relevância dessa descoberta decorre da iminente escassez de isótopos médicos, com uma avaliação do governo do Reino Unido indicando que a maioria do fornecimento global depende de um punhado de reatores de fissão envelhecidos, a maioria dos quais deve ser desativada até 2030.
Isso levanta preocupações sobre a disponibilidade futura desses recursos médicos críticos. O novo reator de fusão MSF oferece uma solução compacta para esse desafio.
A empresa visualiza a construção de pequenos reatores de fusão, que poderiam ser instalados estrategicamente em instalações de isótopos regionais, não apenas no Reino Unido, mas também em todo o mundo.
Essa estratégia descentralizada promete fornecer um suprimento de amostras radioativas mais flexível e econômico.
Reatores pequenos para um grande problema
Ao estabelecer esses reatores em menor escala, a empresa busca mitigar os riscos associados à dependência de alguns grandes reatores. Isso garantirá uma produção contínua e confiável de isótopos médicos.
“Nossos sistemas foram desenvolvidos muito mais rapidamente e podem produzir isótopos em uma escala muito menor do que as tecnologias alternativas. Isso significa que isótopos médicos podem ser produzidos próximos ou dentro de centros hospitalares sem depender de enormes usinas nucleares de fissão internacionais”, disse Talmon Firestone, co-fundador e CEO da Astral Systems e pesquisador visitante da Universidade de Bristol.
Firestone acrescentou ainda: “Isso aumentará drasticamente as técnicas de diagnóstico e tratamento disponíveis para os médicos; reduzindo os tempos de espera e os custos hospitalares, ao mesmo tempo que melhora a qualidade do atendimento.”
Se tudo ocorrer conforme o planejado, a tecnologia pode inaugurar uma nova era no tratamento do câncer e na produção de isótopos médicos.
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Fonte: Interesting Engineering