A Hydro, em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), anunciou o desenvolvimento de tecnologia que visa transformar o caroço de açaí em combustível.
O estudo está sendo realizado pela Hydro junto ao curso superior de Engenharia Mecânica da UFPA, a fim de ser utilizado futuramente em escala industrial nas caldeiras da refinaria Alunorte.
Atualmente, o estudo está na fase de avaliação da possibilidade técnica-econômica da utilização do caroço do açaí como combustível para a refinaria de alumínio que fica em Barcarena, no Pará.
Atualmente, o Pará é um líder na produção e exportação mundial da polpa de açaí, e durante essa produção da polpa, o caroço é descartado.
Transformar caroço de açaí em combustível é uma possibilidade
A pesquisa deverá durar um ano e conta com um investimento de aproximadamente R$ 500 mil, a fim de reaproveitar, de forma positiva, esse resíduo e o aplicar em escala industrial.
Além das análises de todos requisitos técnicos e logísticos, também deverá ser realizado um estudo do aspecto social e ambiental de uso desse caroço.
Atualmente, o caroço já é reaproveitado em escala menor, em outros setores, mas no segmento de combustível nunca houve essa utilização.
O uso desse caroço em uma refinaria de alumínio representaria a viabilização de um novo ciclo econômico, o inserindo na demanda de fontes renováveis de energia da refinaria.
Descarte desse resíduo
No estudo, 11 pesquisadores estão envolvidos, trabalhando em todas as etapas de pesquisa e desenvolvimento, além de uma ampla análise para entender os desafios da cadeia de suprimentos e da sazonalidade desse produto.
Para o gerente executivo de Projetos de Energias Renováveis da Hydro, Sergio Ferreira, se trata de um trabalho em simbiose da indústria do açaí e da indústria de alumínio.
Entre os principais destaques está o reaproveitamento desse caroço, visto o descarte massivo que há: segundo o professor titular da UFPA-FEM, Manoel Nogueira, o caroço do açaí é 90% em massa do fruto total de açaí.
Como resultado, somente em 2019, cerca de um milhão de toneladas de caroço foram descartados, o que poderia gerar, durante um ano, 160 MW.
Além disso, Nogueira também destacou que o resíduo do caroço de açaí é um passivo ambiental, que poderá ser convertido em biocombustível renovável.
Esse biocombustível renovável, quando convertido, teria muito valor agregado, sendo capaz de promover a produção de bioeletricidade.
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Fonte: Click Petróleo e Gás
Imagem em destaque: Foto/Reprodução Portal Cultura