Plástico que decompõe em 2 semanas foi criado por cientistas
Cientistas do laboratório de Berkeley e da UC Berkeley criaram um plástico que decompõe em apenas 2 semanas.
De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, o plástico “tradicional” somente se decompõe após 400 a 500 anos.
O material criado pelos cientistas é compostável, sendo ativado pela enzima Burkholderia cepacian lipase, também conhecida por BC-lipase.
Ting Xu, o cientista sênior do corpo docente na Divisão de Ciências de Materiais do Berkeley Lab e também professor de química e ciência de materiais e engenharia na UC Berkeley, já entrou com um pedido de patentes da UC Berkeley.
Plástico que decompõe em 2 semanas x plástico biodegradável
Os plásticos biodegradáveis mais comuns são compostos de ácido polilático (PLA), ou também a policaprolactona (PCL), um poliéster biodegradável.
No entanto, esses materiais não costumam ser distinguidos de outros tipos de plástico e vão parar em aterros sanitários.
“O plástico biodegradável, apesar de se decompor mais rápido que os plástico convencional, não se decompõe na mesma velocidade do que outros resíduos orgânicos. E quando ele vai para aterros sanitários, acaba contaminando o lixo orgânico”
Corinne Scown, coautora do estudo
Além disso, ao se “decompor”, esses materiais se transformam em microplásticos, que são plásticos, porém muito menores.
“Na natureza, as enzimas são o que a natureza usa para quebrar as coisas – e mesmo quando morremos, as enzimas fazem nosso corpo se decompor naturalmente. Então, para este estudo, nos perguntamos: ‘Como as enzimas podem ´quebrar´ o plástico para que ele faça parte da natureza?”
Já o plástico criado pela equipe, é capaz se decompor parcialmente após apenas 3 dias (na foto à direita) e inteiramente após 2 semanas.
Segundo a equipe, o novo plástico encarece o valor das enzimas industriais em apenas alguns centavos, e conta com uma vida útil de mais de 7 meses.
Resultados do estudo
O estudo foi publicado na revista Nature, onde foram relatados a incorporação dos traços de enzimas comerciais e proteinase K em plásticos.
Também foi incorporado um protetor enzimático, a fim de auxiliar na dispersão de enzimas com alguns nanômetros de distância.
A enzima utilizada, a BC-lipase, também foi caracterizada como uma “comedora meticulosa”, e é através dela que há a garantia que os materiais não se degradarão antes de serem colocados em água quente ou composto de solo.
Por fim, a água da torneira doméstica e os compostos de solo convertem o material plástico que foi incorporado à enzima pequenas moléculas (monômeros), eliminando os microplásticos em alguns dias ou semanas.
Fonte: Ciclo Vivo
Imagem em destaque: Foto/Reprodução UC Berkeley