Primeiro ninhal de dinossauros é descoberto no Brasil
O primeiro ninhal de dinossauros foi descoberto em Uberaba, em Minas Gerais (MG), por pesquisadores da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).
Com 20 ovos, se trata do primeiro conjunto de ninhos de dinossauros do Brasil, que pertenciam a herbívoros imensos chamados titanossauros, aninhados há cerca de 80 milhões de anos.
O primeiro sítio de nidificação (ninhal) foi encontrado enquanto os cientistas trabalhavam no bairro de Ponte Alta, uma zona rural de Uberaba, sendo o principal responsável João Ismael da Silva.
João é servidor da Fundação Cultural da Prefeitura Municipal de Uberaba e técnico em paleontologia da UFTM, e já sabia da existência dos ovos desde a década de 90, segundo a sua entrevista ao Folha de S. Paulo.
Segundo o pesquisador, desde a época em que descobriu sobre os ovos, já havia encontrado uma série de ovos isolados da espécie, mas nunca havia achado um ninho anteriormente.
Saiba mais sobre o primeiro ninhal de dinossauros do Brasil
Um artigo foi publicado na Scientifics Reports, que conta com a colaboração de cientistas argentinos, responsáveis por ajudar na identificação da espécie de dinossauro.
Os ovos encontrados tem cerca de 12 centímetros de diâmetro e 900 cm³ de volume, sendo cada um dos ovos comparado com fósseis encontrados em outras partes do mundo, a fim de terminar sua espécie.
Após realizar as comparações, foi descoberto que as características eram semelhantes com a de fósseis argentinos e romenos de titanossauros, apesar de haver alguns detalhes peculiares.
Os poros nas cascas dos ovos de Uberaba estão distribuídos de forma diferente em comparação a outros ovos, possivelmente devido ao ambiente semiárido que predominava a atual região de Minas Gerais no Cretáceo.
Como resultado do clima seco e desértico do local, isso pode ter influenciado a formação de um padrão próprio de poros, que eram essenciais para as trocas gasosas dos embriões com o mundo exterior.
Tomografia computadorizada
Todos os 20 ovos passaram por exames de tomografia computadorizada para ter seu interior analisado, porém não havia nenhum embrião dentro deles.
Mesmo assim, través dos ninhos, os pesquisadores foram capazes de descobrir novas características da reprodução de titanossauros na região, há 80 milhões de anos.
A ninhada mais bem preservada foi batizada de CPPLIP 1798, que mostra como os ovos estavam sobrepostos e em contato uns com os outros.
Segundo os pesquisadores no artigo, se trata de uma característica comum em ninhadas de titanossauros e seu comportamento de nidificação, por conta da construção de ninhos enterrados.
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Fonte: Revista Galileu e Folha de S. Paulo
Imagem em destaque: Foto/Reprodução Divulgação