Um estudo recente publicado na Science Advances, em outubro, reforçou a ideia de que a extinção dos dinossauros, ocorrida há 66 milhões de anos, não foi exclusivamente causada pelo impacto de um asteroide. O artigo sugere que mudanças climáticas, resultado de enormes erupções vulcânicas no Cretáceo, já haviam colocado os dinossauros em um caminho de extinção muito antes do evento cataclísmico.
A pesquisa liderada pelo professor Don Baker, da Universidade McGill, no Canadá, identificou indícios dessas mudanças climáticas nas rochas das Armadilhas de Deccan, na Índia. Uma erupção vulcânica extraordinária, liberando 1 milhão de km³ de rocha derretida, impactou significativamente a temperatura global.
A liberação massiva de material teria provocado quedas globais de temperatura de curta duração, conhecidas como “invernos vulcânicos”, devido à desgaseificação do enxofre vulcânico. Esses eventos ocorreram cerca de 100 mil anos antes do impacto do asteroide em Chicxulub, na Península de Yucatán, México.
Os “invernos vulcânicos”, caracterizados por quedas repetidas de até 10 °C na temperatura global, teriam durado décadas, afetando drasticamente as condições climáticas. A equipe de Baker, utilizando uma nova técnica para medir as concentrações de enxofre, concluiu que as emissões das Armadilhas de Deccan foram suficientes para desencadear as mudanças climáticas catastróficas.
Embora análises anteriores em 1991 tenham descartado o papel das erupções vulcânicas, os novos indícios reforçam a hipótese, contestada por alguns estudos. O estudo mais recente não exclui a contribuição do asteroide, considerando-o como o golpe final em um ambiente já fragilizado pelas condições climáticas adversas.
O asteroide, estimado em cerca de 10 km de diâmetro, abriu uma cratera de 180 km de extensão, gerando uma onda de choque devastadora e contribuindo para a aniquilação de 75% das espécies terrestres.
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Fonte: Mega Curioso
