Startup cria dispositivo capaz de “ler” pensamentos
A startup de Lisboa, Unbabel, chama de “Halo” sua notável invenção: um dispositivo alimentado por inteligência artificial (IA) capaz de “ler” pensamentos. Essa conquista foi viabilizada através da criação de um extenso Modelo de Linguagem Personalizado (LLM), interligado a uma técnica eletromiográfica (EMG), um exame simples que mensura a resposta muscular ou atividade elétrica em reação à estimulação de um nervo muscular.
O “Halo” torna possível a leitura de pensamentos por meio de uma interface de aplicativo no telefone do usuário, permitindo uma comunicação direta com o ChatGPT, conforme detalhado pela TechCrunch.
Vasco Pedro, fundador e CEO da Unbabel, compartilha sua perspectiva: “Vamos ter uma tonelada de dados e podemos começar a usá-los agora. Começamos a trabalhar há quatro anos e o ponto de inflexão agora é em termos de IA generativa. Este é o momento em que isso vai se acelerar”.
O dispositivo opera analisando as reações cerebrais do usuário enquanto este pensa em uma palavra específica, e então traduzindo esse pensamento em palavras concretas, finalmente enviando uma mensagem de texto com a resposta.
O sistema é habilitado pelo LLM, que é capaz de expandir prontamente um prompt básico em uma resposta completa. Isso se torna especialmente relevante, como destaca Pedro: “O LLM que pega um prompt básico e o expande em uma resposta completa, quase imediatamente. Eu não teria tempo para digitar tudo isso da maneira natural. Então, estou usando o LLM para fazer o trabalho pesado na resposta”
Perspectivas promissoras na área da saúde
A startup também planeja empregar essa tecnologia inovadora na área da saúde. Já se vislumbram estudos iniciais que sugerem sua aplicação em pacientes com dificuldades de fala.
Comparando com o uso limitado de comunicação de Stephen Hawking de duas palavras por minuto, o “Halo” já atinge uma impressionante taxa de 20 palavras por minuto, com uma ambição futura de atingir até 80 palavras por minuto – um nível consideravelmente próximo ao padrão humano de 120 a 130 palavras por minuto.
“Planejamos começar a implantar isso para nossos primeiros usuários até o Natal deste ano. Além dos pacientes com ELA, nosso produto atual também é relevante para outros pacientes que lutam para digitar”, acrescenta o CEO da Unbabel.