Navio cargueiro movido a vento parte para o Brasil
Desde os tempos antigos, o vento tem sido um aliado crucial para a navegação, permitindo que as pessoas explorassem os mares e oceanos. Mesmo nos dias atuais, o vento desempenha um papel vital. Uma prova disso é que um navio cargueiro movido a vento, equipado com enormes velas especiais, acaba de iniciar sua jornada inaugural com o Brasil como destino.
Grandes Velas para um Impacto Menor
A embarcação Pyxis Ocean foi alugada pela Cargill, uma empresa de transporte marítimo. Saindo da China, sua primeira viagem terá como ponto final Paranaguá, no Brasil. Esse marco representa o primeiro teste da tecnologia, um passo em direção a um futuro mais ecologicamente consciente para a indústria.
O navio carrega velas chamadas “WindWings”, projetadas no Reino Unido. Essas velas permanecem dobradas enquanto o navio está no porto, mas ao zarpar, são desdobradas. Com 37,5 metros de altura, são feitas do mesmo material das turbinas eólicas, tornando-as mais duráveis.
Essa abordagem permite que o navio seja impulsionado pelo vento, diminuindo a necessidade de depender apenas de seu motor. Isso pode reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) em até 30%, uma contribuição significativa para o meio ambiente.
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Mudanças para um Transporte Marítimo Sustentável
A iniciativa desse navio cargueiro movido a vento é uma parte vital dos esforços para reduzir o impacto ambiental do transporte marítimo, setor responsável por cerca de 2,1% das emissões globais de CO2. Recentemente, a indústria comprometeu-se a eliminar as emissões de gases de efeito estufa que aquecem o planeta até cerca de 2050.
Pyxis Ocean: O Futuro dos Oceanos
A viagem do Pyxis Ocean até o Brasil levará aproximadamente seis semanas. A tecnologia que impulsiona essa embarcação foi desenvolvida pela empresa britânica BAR Technologies, originada da equipe do velejador britânico Ben Ainslie durante a Copa América de 2017, um evento frequentemente apelidado de “Fórmula 1 dos Mares”.
John Cooper, chefe da equipe e ex-funcionário da McLaren na Fórmula 1, compartilha seu entusiasmo pelo projeto: “Este é um dos projetos mais longos que já realizamos, mas sem dúvida terá o maior impacto no planeta”. Ele prevê que até 2025, metade dos novos navios encomendados contarão com propulsão eólica, marcando uma revolução na indústria marítima.